O YouTuber Marques Brownlee (MKBHD), conhecido pelas suas tradicionais análises de dispositivos de tecnologia, publicou recentemente um vídeo bem interessante, no qual ele propôs se “encolher” para entender as dimensões dos transistores presentes em um dos mais recentes chipsets da Apple, o M5.
Distanciando-se das explicações excessivamente técnicas, Brownlee se divide entre demonstrar a proporção minúscula que conduz a indústria de semicondutores na atualidade e trazer algumas noções históricas de proporção em relação à miniaturização dessas tecnologias.
Ele explica que, em chips como aqueles presentes em nossos iPhones ou Macs, todos eles são compostos de bilhões de transistores (sendo mais exato, 19 bilhões no caso do A17 Pro). Conforme ele vai diminuindo de tamanho, algumas relações de proporção ficam bastante claras: quando o YouTuber atinge 200 micrômetros de altura, ele possui o dobro da espessura de uma folha de papel ou um fio de cabelo humano, enquanto o primeiro transistor do mundo (de 1947) teria, nessa escala, o tamanho de um prédio.
Quando ele diminui para 20 nanômetros de altura, as proporções são mais drásticas: um transistor individual do M5 de um MacBook Pro equivaleria aproximadamente ao tamanho de uma garagem. Os componentes mais diminutos que integram o chip M5 são menores do que ele, que já chega em uma escala atômica.
Brownlee ainda explica que o processo de composição desses chips envolve a fotolitografia, um processo físico semelhante ao de uma fotografia analógica — como nosso colunista Marcos Daniel Vozer Felisberto já explicou aqui no MacMagazine.
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Mas, se esses processos já parecem pequenos quando colocados em perspectiva com minúcias do cotidiano, a escala é ainda mais insana se colocamos lado a lado com outras grandezas: caso o iPhone tivesse transistores do tamanho das válvulas eletrônicas presentes no primeiro computador do mundo — o ENIAC —, para comportar as mesmas tecnologias ele seria do tamanho do estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos (que se equipara em área, dentre os estados brasileiros, a Sergipe). Já se fossem do tamanho de um carro, o iPhone teria as dimensões do Planeta Terra. Sensacional!
Ao longo de todo o vídeo, MKBHD cita a Lei de Moore (isto é, a teoria de que o número de transistores em um chip tende a dobrar aproximadamente a cada dois anos, resultando não só em um aumento exponencial do poder de processamento em si, mas também reduz os custos de produção dos componentes) como guia central para a evolução da computação, mas atenta o espectador à tendência notada por especialistas: na medida em que os transistores se aproximam de um tamanho atômico, a Lei de Moore pode se tornar ultrapassada para explicar o futuro dos semicondutores.
O vídeo foi produzido em colaboração com o canal Epic Spaceman, que costumeiramente elabora vídeos nesse formato com computação gráfica. Como o YouTuber americano menciona no início, nenhuma inteligência artificial generativa foi utilizada para a ilustração das passagens do projeto. Ele exemplifica perfeitamente (e de maneira muito didática) como evoluímos de uma maneira insana na escala de produção tecnológica!