Podemos dizer que 2025 foi um ano agitado e tanto — principalmente nos corredores do Apple Park, onde a dança das cadeiras de executivos foi frenética. De fato, quem acompanha o MacMagazine conferiu diversas manchetes sobre saídas de profissionais em Cupertino, o que incluiu alguns nomes grandes.
Caso você não tenha acompanhado ou queira relembrar os principais nomes que saíram da Apple, confira esta retrospectiva criada especialmente para isso!
Alan Dye

Então chefe da equipe de design de interfaces (user interfaces, ou UI) da Apple desde 2015, Dye foi contratado pela Meta em uma tentativa de “reforçar a sua estratégia de investir em dispositivos de consumo com inteligência artificial”.
O designer ingressou na Apple em 2006 e ascendeu até a co-liderança do time de Design de Interface Humana, ao lado de Jony Ive e, posteriormente, assumindo a liderança individual após a saída de Ive. Ele foi responsável por tarefas desde a supervisão do sistema de design de ícones do iOS até a criação de animações refinadas e interfaces espaciais.
Dye, cujas atividades se encerram hoje na Apple, será substituído pelo designer veterano da empresa, Stephen Lemay.
John Giannandrea

Talvez uma das saídas mais polêmicas deste ano, o vice-presidente sênior de aprendizado de máquina e estratégia de IA da Apple deixará o seu cargo e atuará como consultor da empresa até a sua aposentadoria, no primeiro semestre do ano que vem.
Desde que ingressou na Apple, em 2018, Giannandrea desempenhou um papel fundamental na estratégia de IA e aprendizado de máquina (machine learning, ou ML) da empresa. Ele também liderou o time responsável pelos Apple Foundation Models, mas perdeu protagonismo no comando da Siri frente aos problemas envolvendo o atraso no lançamento de novos recursos da assistente.
A Apple já anunciou a contratação de Amar Subramanya (ex-Microsoft e ex-Google) como vice-presidente de IA.
Jeff Williams

Na Apple há 27 anos, Jeff Williams ocupou o cargo de diretor de operações (COO) e foi peça-chave no lançamento do iPhone, do Watch e na criação da estratégia de saúde da empresa. Após a saída de Ive, em 2019, Williams também passou a supervisionar a equipe de design da Maçã.
Ele foi substituído em julho passado por Sabih Khan e continuou trabalhando na Apple até a sua aposentadoria, que entra em vigor neste fim de ano.
Kate Adams

Katherine Adams ingressou na Apple em 2017, atuando hoje como diretora jurídica geral, bem como vice-presidente sênior de assuntos jurídicos e segurança global da empresa. Ela, assim como Williams, se aposentará — o que acontecerá oficialmente no fim de 2026.
Ela integra a equipe executiva da empresa e supervisiona todos os assuntos jurídicos, incluindo governança corporativa, propriedade intelectual, litígios e conformidade com leis de valores mobiliários, segurança global e privacidade.
Quando a aposentadoria de Adams começar a valer, Jennifer Newstead passará a atuar como diretora de assuntos jurídicos e governamentais.
Lisa Jackson

A chefe de iniciativas ambientais, políticas e sociais da gigante de Cupertino, Lisa Jackson, foi outra executiva que anunciou neste ano sua aposentadoria, a qual passará a valer já no final de janeiro de 2026.
Na Apple, ela supervisionou iniciativas de descarbonização, impulsionando investimentos em energia renovável em toda a cadeia de suprimentos, entre outras diversas. Ela também liderou a Iniciativa de Justiça e Igualdade Racial (Racial Equity and Justice Initiative, ou REJI), lançada em 2020, para apoiar empreendedores de diferentes origens e combater a poluição em comunidades de baixa renda.
A área de assuntos governamentais passará a ser liderada interinamente por Adams até a sua aposentadoria, no final de 2026. As equipes de iniciativas ambientais e sociais responderão ao diretor de operações da Apple, Sabih Khan.
Outras saídas
- Abidur Chowdhury: escolhido para apresentar o iPhone Air no evento em setembro, o designer industrial ingressou em 2019 e deixou a Apple para iniciar os trabalhos em uma startup (não identificada) de inteligência artificial.
- Robby Walker: então diretor sênior da mesma equipe de Ke Yang [veja adiante], Walker atuou no desenvolvimento de um sistema de buscas com inteligência artificial, previsto para ser lançado em 2026.
- Mark Rogers: trabalhou há 27 anos e ocupou o cargo de vice-presidente responsável pelas vendas corporativas globais (bem como pela região da Europa Ocidental) desde 2013. Com sua saída, a Apple dividiu suas responsabilidades entre dois executivos já atuantes: Juan Castellanos (que cuidará da região da Europa Ocidental) e Vivek Thakkar (que assumirá o comando das vendas corporativas em nível global).
- Justin Manfredi: tendo atuado como chefe de marketing de séries no serviço de streaming da Maçã, ele assumiu o cargo de vice-presidente de marketing televisivo mundial da Lionsgate.
- Chris Parnell: envolvido no desenvolvimento de séries originais da Apple, o executivo sênior criativo se juntou à Paramount+, onde se tornou responsável pelo desenvolvimento e pela produção de conteúdos da plataforma.
Recrutamentos pela Meta
Como vimos acima, alguns dos executivos que saíram da Apple foram contratados pela Meta — mas a situação foi mais significativa do que parece, com a empresa de Mark Zuckerberg usurpando diversos talentos da companhia ao longo deste ano.
Entre eles está Ke Yang, uma das diversas perdas da Maçã na seara de inteligência artificial em 2025. O executivo chefiava a equipe de Respostas, Conhecimento e Informação (responsável por desenvolver recursos para tornar a Siri mais parecida com chatbots como o ChatGPT). Ele foi contratado pela Meta em outubro e substituído por Benoit Dupin no comando da referida equipe.
Temos, ainda, Jian Zhang — principal pesquisador de IA em robótica da Apple, que se juntou à Meta para desenvolver produtos no Robotics Studio (parte da divisão Reality Labs).
Já o engenheiro Ruoming Pang, ex-gerente da Maçã responsável pelos LLMs 1 de inteligência artificial generativa da Apple, foi contratado pela Meta e sua função ficou sob responsabilidade de Zhifeng Chen.
No mesmo mês da saída de Pang, a Apple perdeu outros três nomes do seu setor de IA para a Meta de uma só vez: Bowen Zhang (pesquisador de IA multimodal que fazia parte do grupo dos Apple Foundation Models), Mark Lee e Tom Gunter.
Frank Chu, o executivo que liderou as equipes da Maçã focadas em infraestrutura de nuvem, treinamento e busca, foi outro nome tomado pela Meta — onde ele trabalha em uma nova equipe denominada MSL Infra, a qual será responsável pela infraestrutura de IA.
Como deu para notar, este não foi um ano fácil para a Maçã reter seus talentos, principalmente na área de IA. Só que, como se a situação já não estivesse complicada o suficiente, temos acompanhado previsões de ainda mais movimentações internas, que poderão ocorrer em 2026 e que também abrangem o alto escalão da companhia.
Pelo visto, este post de retrospectiva também estará recheado daqui a um ano.