GNOME, Plasma, Cinnamon e Pantheon — as principais novidades do Linux Desktop em 2025

GNOME, Plasma, Cinnamon e Pantheon — as principais novidades do Linux Desktop em 2025

Se há uma característica que define o ecossistema Linux, é a sua capacidade de agradar a diferentes gostos. E essa força se manifesta principalmente no cenário das interfaces gráficas (DEs). Enquanto o mundo dos sistemas operacionais proprietários segue um caminho único, o universo do pinguim floresceu com uma diversidade impressionante. 

Neste ano, diferentes projetos tomaram rumos distintos: alguns focaram em polimento e acessibilidade, outros em customização e poder para o usuário, e houve até quem tomasse a corajosa decisão de abandonar tecnologias antigas para abraçar o futuro. Vamos explorar o que cada um dos principais ambientes trouxe de mais marcante em 2025.

GNOME: a coragem de deixar o passado para trás

O GNOME, a interface por muitos considerada “a cara” do Linux no Desktop, teve um ano de definições importantes. As versões GNOME 48 e 49 trouxeram seu conjunto de refinamentos: um novo visualizador de imagens, um reprodutor de vídeo redesenhado, melhor agrupamento de notificações e uma nova área de “Bem-Estar” nas configurações.

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No entanto, a grande notícia, que ecoou por toda a comunidade, veio com o GNOME 49: o fim oficial do suporte ao servidor gráfico Xorg. A partir de agora, o GNOME é uma interface puramente Wayland.

Para os usuários, isso significa que, para executar o GNOME em sua forma padrão e suportada, o Xorg não é mais uma opção. Aplicativos mais antigos que ainda dependem do Xorg continuam funcionando perfeitamente através do XWayland, um componente de compatibilidade. Esta mudança, embora radical, é a culminação de uma transição de anos e solidifica o Wayland como o presente e o futuro gráfico do Linux, especialmente com o suporte maduro a drivers NVIDIA em distribuições como o Ubuntu.

KDE Plasma: o paraíso da customização

Enquanto o GNOME optou por uma direção definida, o KDE Plasma fortaleceu sua posição como o ambiente mais personalizável e rico em funcionalidades. Com três lançamentos ao longo do ano (versões 6.4 a 6.6), o foco não foi em revoluções, mas em uma evolução.

Para criativos, o Plasma se consolidou como uma ótima opção para desenho digital, com suporte nativo cada vez mais refinado para mesas digitalizadoras. A ferramenta de captura de tela, Spectacle, recebeu um redesign completo, transformando-se em um overlay poderoso que permite anotar, desenhar setas, adicionar texto e até borrar áreas sensíveis da imagem diretamente após a captura.

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A cereja do bolo para os entusiastas da personalização foi a introdução da transição automática de tema. Agora, os usuários podem definir um tema claro e um escuro, com papéis de parede correspondentes, e o sistema fará a transição entre eles em horários programados, eliminando a necessidade de scripts ou mudanças manuais.

Cinnamon: a rocha

A interface do Linux Mint, o Cinnamon, sempre foi sinônimo de estabilidade e familiaridade para usuários vindos do Windows. Em 2025, ele provou ser possível inovar sem abalar esses pilares. O grande projeto nos bastidores é a migração para o Wayland, ainda em fase experimental, mas que promete um 2026 revolucionário.

Enquanto isso, a versão atual trouxe adições notáveis. A introdução do Fingwit aplica suporte nativo e fácil para leitores de impressão digital, permitindo desbloquear o sistema e autenticar ações. Dois novos aplicativos de sistema foram adicionados: um para detalhar todas as peças de hardware e outro para ajustes avançados de inicialização. Pequenos, mas significativos, ajustes visuais, como um novo projeto de ícones, mostram um cuidado constante com a coesão e a modernidade visual.

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Pantheon (Elementary OS): a filosofia do design inclusivo

O Elementary OS e sua interface Pantheon marcham ao som de um tambor diferente. Menos focado em reinventar a roda de novo, o projeto dedicou 2025 a refinar sua filosofia de design centrada no ser humano.

Isso se traduziu em duas frentes principais. A primeira foi a expansão do ecossistema de aplicativos nativos com a adição de um Monitor do Sistema simples e funcional e de um aplicativo de Mapas ainda básico, mas que sinaliza a ambição de maior integração com dispositivos móveis. A segunda, e mais notável, foi o investimento em acessibilidade: compatibilidade com leitores de tela em todo o instalador, ajustes de contraste de cor para daltônicos e inúmeros detalhes que tornam o sistema utilizável pelo maior número de pessoas possível. A Dock também ganhou a capacidade de mostrar aplicativos em execução em segundo plano.

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Um ecossistema rico

A diversidade de interfaces é a maior força do desktop Linux. Ela garante que, independentemente de como você quer interagir com seu computador, há um ambiente feito sob medida para você. Com o Wayland se consolidando e cada projeto traçando seu caminho claro, o futuro das interfaces Linux parece mais promissor e empolgante do que nunca.

E se você ainda tem dúvidas sobre o que é o Wayland, confira nossa conversa com o desenvolvedor Georges Stavracas sobre esse que é um dos grandes assuntos do mundo Linux atual!