A próxima versão do Linux Mint, a 22.3, está chegando entre o final de dezembro e o começo de janeiro, e um dos destaques confirmados será uma ferramenta nova (ou “nova de novo”, por assim dizer) voltada para diagnóstico de hardware. O Mint está reformulando o antigo System Reports e transformando-o em um utilitário mais completo chamado System Information, pensado para aproximar de algo como o que o CPU-Z representa para Windows: uma forma rápida e visual de entender o que existe dentro do seu computador e qual driver está cuidando do quê.
O objetivo é atacar uma dor real do ecossistema: quando algo não funciona direito, o usuário precisa fornecer detalhes extremamente específicos de hardware para que alguém consiga ajudar, seja no suporte do Mint, nos fóruns, Reddit, StackExchange, Telegram ou qualquer outro meio. E isso, quase sempre, envolve abrir o terminal e saber exatamente qual comando executar, filtrar o que interessa e copiar/colar logs. Ou seja, não deixa de ser uma barreira para usuários iniciantes.
System Information: mais dados, menos terminal
A nova ferramenta passa a oferecer, numa interface única, diferentes seções detalhadas, incluindo as três originais (System Information, System Reports e Crash Reports) e agora quatro áreas adicionais focadas em hardware:
- USB: mostra dispositivos conectados, tipo, ID, agrupamento por controladora, velocidade, consumo de energia e capacidade máxima de cada controladora USB. Ótimo para rastrear gargalos, lentidões e quedas de conexão;
- GPU: lista informações sobre a placa de vídeo principal, driver em uso e suporte a aceleração de hardware;
- PCI: reúne detalhes técnicos de componentes internos conectados ao barramento PCI, incluindo ID PCI e driver carregado;
- BIOS: exibe fabricante da placa-mãe, versão de BIOS, modo de boot e status do secure boot.

Para quem faz suporte, manutenção ou apenas curte entender o próprio sistema, isso reduz drasticamente tempo de diagnóstico, afinal, a ferramenta consolida, num painel visual simples, informações que hoje estão espalhadas entre diferentes comandos do terminal (lspci, lsusb, inxi, glxinfo, dmesg, etc).
Novo System Administration também está chegando
Além disso, o Mint confirmou a criação de outro utilitário chamado System Administration, com interface parecida, mas com foco diferente. Esse segundo aplicativo trabalha com privilégios administrativos e chega inicialmente apenas com uma página relacionada ao menu de boot (GRUB).
Por lá será possível:
- Exibir ou ocultar o menu de inicialização;
- Definir o tempo de espera antes de iniciar o sistema padrão;
- Adicionar parâmetros ao boot.
Isso deve ser particularmente útil para quem tem dual-boot com Windows, usa mais de um kernel ou precisa adicionar flags específicas para dispositivos problemáticos.

Mint continua investindo em uma UX para o usuário novato
Essa evolução faz parte de uma estratégia muito clara da equipe do Linux Mint: reduzir fricção, tornar o sistema mais próximo da experiência Windows/Mac quando o assunto é suporte, troubleshooting e acessibilidade. E esse tipo de movimento importa muito porque há um grande volume de novos usuários chegando ao Linux não porque querem se aprofundar no funcionamento do kernel, mas porque querem um desktop que apenas funcione e que seja fácil de pedir ajuda quando algo der errado.
O Mint sempre foi conhecido pelo foco em usabilidade, e essa novidade reforça essa assinatura. Não é uma feature “brilhante”, mas é o tipo de melhoria de qualidade de vida que fideliza novos usuários.
Outros pontos em andamento
O time também segue trabalhando em melhorias no applet do menu do Cinnamon (incluindo posicionamento customizável da barra de busca e botões) e avançando no projeto XSI (XApp Symbolic Icons), criado para substituir ícones simbólicos do Adwaita que deixaram de funcionar corretamente fora do GNOME.

Outro detalhe importante: o LMDE 6 (Linux Mint Debian Edition) chega ao fim de suporte em 1º de janeiro de 2026. Usuários da versão 64-bit devem atualizar para o LMDE 7. Já a versão 32-bit não terá upgrade disponível.
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