O Dio passou quase dois anos fiel ao seu teclado anterior, um Epomaker TH 80X e acreditava que não trocaria tão cedo… até a Logitech cutucar seu ponto fraco: teclados de perfil baixo. Ele já tinha usado por um bom tempo um low-profile, o Nuphy Air75, e sempre ficou curioso com a linha MX Keys. Então adquiriu o MX Keys S e usou por quase 30 dias. O veredito? Quem elogia esse teclado não está exagerando, mas existem cinco pontos que você precisa saber antes de comprar.
Design e construção: minimalismo com presença
O MX Keys S é aquele teclado “clean” que deixa a mesa mais elegante sem chamar atenção com LEDs multicoloridos. O acabamento combina naturalmente com a família MX (fica lindo ao lado do mouse MX Master), e o perfil baixo permite dispensar apoio de punho em muitas mesas. Ele é compacto apesar de ser full-size (com numérico), então você ganha as teclas extras sem sentir que o teclado “sobrou” no setup.

Na mão, passa confiança, pesando 810 g, com uma placa interna de alumínio para dar robustez e reduzir a torção. Na prática, isso significa que ele não escorrega fácil enquanto você digita.
As teclas são retroiluminadas em branco, sem RGB, e há um detalhe simpático, um LED dedicado no Caps Lock, algo simples, mas super útil. Outro mimo é o sensor de proximidade: a iluminação acende quando suas mãos se aproximam, ótimo para escrever à noite sem “cutucar” uma tecla antes.

Conectividade e bateria
O MX Keys S é 100% sem fio. Você pode conectar via Bluetooth ou usar o dongle Logi Bolt incluso. Ele pareia com até três dispositivos e alterna entre eles por um botão, perfeito para quem transita entre desktop, notebook e tablet.
Sobre autonomia, a ficha técnica fala em até 10 dias com backlight ativo (configuração padrão) e até 5 meses sem iluminação. Nos testes, usando a luz em brilho mais baixo, o consumo ficou perto de um mês com uma carga. O carregamento é feito por USB-C.
A Logitech estampa na caixa ser compatível com Windows, macOS, Linux, ChromeOS, Android, iPadOS. Entretanto, mais a frente você verá que a compatibilidade não acontece por igual em todos os sistemas.
Experiência de digitação
Se você curte a sensação de digitar em MacBook, vai se sentir em casa. O MX Keys S usa o mecanismo de tesoura em keycaps côncavas de ABS, com curso curto e resposta previsível. Ele é silencioso, confortável para longas sessões e transmite aquela sensação de “tecla sempre onde você espera”.

Não é mecânico, nem tenta imitar. Seu foco é uma digitação fluida, precisa e rápida, típica de low-profiles bem projetados.
Software (e Linux)
A personalização oficial acontece pelo Logi Options+ (Windows/macOS). Dá para remapear funções, criar automações e integrar com a linha MX. No Linux, a Logitech não oferece o Options+, mas a comunidade supre bem com o Solaar, um app open source, para parear dispositivos Logi Bolt/Unifying e ver o nível de bateria. Para remapeamentos no desktop Linux, você pode usar ferramentas como o GNOME Keyboard Shortcuts, KDE System Settings, input-remapper ou soluções específicas da sua distro/DE.

Cinco coisas que você precisa saber antes de comprar
Não é um teclado gamer.
Dá para jogar? Dá. Mas ele é pensado para produtividade e escrita. Se FPS competitivo, macro por hardware, polling rate altíssimo e switches específicos são prioridades, há modelos gamer (inclusive da Logitech G) mais adequados.
Sem ajuste de altura.
O chassi é fixo; não há pezinhos retráteis. Para a maioria dos usuários de low-profile isso não será um problema, mas se você depende desse ajuste fino, vale considerar outro modelo com inclinação ajustável.
Software proprietário (e sem versão oficial para Linux)
O Logi Options+ é útil, mas está restrito a Windows/macOS e pode apresentar instabilidades pontuais,. No Linux, você vive bem com Solaar + remapeamentos do sistema, mas perde as automatizações do Options+.
O dongle importa
O MX Keys S usa o dongle Logi Bolt. Se o seu mouse for, por exemplo, um MX Master 3 (não-S), ele provavelmente usa Unifying e não compartilha o mesmo dongle. Como resultado, ou você usa duas portas USB (um dongle para cada) ou recorre ao Bluetooth. Se você já tem um MX Master 3S (Bolt), aí sim dá para unificar no mesmo receptor.
Algumas teclas de função podem não funcionar “de fábrica” no Linux.
Exemplos: mute do microfone, teclado de emojis e dictation podem não acionar nada em certas distros/DEs. A boa notícia é que dá para remapear essas teclas no Linux para ações equivalentes. No Windows/macOS, essas funções costumam funcionar corretamente.

Vale a pena?
Se o que você mais faz é escrever (textos, código, documentos) e quer um teclado low-profile que una conforto, silêncio, design sóbrio e excelente construção, o MX Keys S entrega exatamente isso. Ele é um teclado de trabalho no melhor sentido: fica bonito na mesa, não tem iluminação exagerada, é estável e tem bateria consistente.
Ele não substitui um mecânico para quem busca uma sensação tátil específica, possibilidade de mods (troca de switches/estabilizadores), knob físico dedicado ou macro por hardware. Também não é a escolha certa se você quer um teclado puramente gamer.
Mas como ferramenta de produtividade diária, é difícil bater o conjunto: digitação agradável, retroiluminação inteligente, layout completo, boa autonomia e pareamento trio. Para quem vive entre Linux e macOS/Windows, a compatibilidade ampla é um bônus.
Não é “o melhor teclado do mundo” — porque isso é pessoal —, mas está entre os melhores low-profiles que o Dio já testou para escrita. E, no fim do dia, o que vale é como você se sente digitando.
Quer conhecer mais do setup do Dio? Confira uma review sincera dos equipamentos dele após anos de uso!